domingo, 26 de outubro de 2008

Caixa de Pandora

Ouve-se muitas vezes a expressão “Caixa de Pandora “ ou “abrir uma Caixa de Pandora”no sentido de algo que, parecendo muito simples e inocente, gera depois consequências imprevisíveis e incontroláveis. Pois bem, o mito da Caixa de Pandora remonta à antiga Grécia e diz mais ou menos o seguinte:
«Prometeu, o homem que se atreveu a desafiar o poder dos Deuses roubando o fogo sagrado do Olimpo, foi, como se sabe, cruelmente castigado pela sua ousadia.
Mas os deuses, sentindo-se vulneráveis perante tal atrevimento, reúnem-se então em consílio para decidir como dominar novamente os homens e como castigar exemplarmente Prometeu.
Assim, decidem oferecer a Prometeu um presente em forma de caixa, dentro da qual colocaram todos os males que se iriam abater sobre Prometeu e os restantes homens. Para fazer a entrega de tão insólito presente, sem levantar suspeitas, Zeus encarrega Hermes de criar Pandora, ("a que possui todos os dons"). Dotam-na então dos melhores encantos: graciosidade, beleza e inteligência ao mesmo tempo que lhe enchem o coração de artimanhas, mentira e astúcia.
A “inocência” de Pandora, sua arte e perspicácia, iludem Prometeu que, apesar de avisado, se deixa enganar por esta. Cumprindo a sua missão, no momento oportuno, eis que Pandora abre a caixa, soltando os males lá colocados. No mesmo instante saíram a intriga, o ódio, a inveja, a vingança… e todos os males que atormentam a humanidade.
Pandora ainda tenta fechar a caixa divina, mas era tarde demais: ela estava vazia, com a excepção da "esperança", que permaneceu presa junto ao fundo da caixa, tornando-se então a única forma de o homem não sucumbir às dores e aos sofrimentos da vida.»
E foi assim que, deste mito, nasceu a expressão "caixa de Pandora", que se usa em sentido figurado quando se quer dizer que alguma coisa, aparentemente insignificante, é na verdade uma fonte de calamidades.
Regressando agora ao presente, e observando o nosso mundo, apetece perguntar: Quem se terá lembrado de abrir agora tal “caixinha”?

sábado, 11 de outubro de 2008


Se não puderes ser um pinheiro,
no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo,
se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo,
sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.
Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol,
sê uma estrela.
Não é pelo tamanho
que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor
no que quer que sejas.


Pablo Neruda